domingo, 7 de março de 2010

A TRILHA SONORA DO ENGANO

Aqui Vai um "textículo" que rabisquei em 2006. mais elocubrações sobre essa esquizofrenia "cristã gospel" que assola o planeta
Ao analisarmos o sistema religioso hipócrita da “dita” igreja cristã de hoje, vemos claramente que, por detrás de toda essa casca esconde-se um profundo amor pelo dinheiro que leva essa liderança ambiciosa a montar um esquema, uma máquina precisa com o simples intuito de explorar a fé alheia. E para isso usam das mais vis manobras como a coação das ovelhas através de versículos bíblicos distorcidos ,inventar nomes de demônios baseados nas mitologias das culturas pagãs para assustar os cristãos, criar uma falsa expectativa apocalíptica sobre a volta de Cristo usando notícias de jornal (Jesus já previu esse tipo de lobo em Mat. cap. 24). E a Música não poderia ficar de fora. Desde sua criação nos períodos mais longínquos da humanidade, a música sempre exerceu uma influencia forte na cultura humana e até mesmo em seus sentimentos, e é aí que aqueles interessados em propagar suas heresias em nome de suas ganâncias a usam com propriedade. Vejamos o exemplo narrado a seguir:

Você acaba de entrar. Paredes azuis de um tom calmante desembocam num teto pintado com um azul cesletial mesclado com nuvens pintadas aleatoriamente por todo o lugar, com uma gigantesca pomba branca esculpida em relevo no centro do imenso salão. Tudo com luz indireta pra deixar o ambiente ainda mais relaxante. Como você chegou em cima da hora, as 5000 cadeiras já estão quase lotadas, mas você é recebido por um elegante rapaz com belo terno que te conduz até um assento confortavelmente acolchoado. Só então você se dá conta da maravilhosa melodia que te invade os ouvidos. Um suave saxofone soprano dedilha doces notas musicais acompanhado por um teclado gerando sons maravilhosos de piano e orquestra simultaneamente enquanto o resto da banda vai entrando gradativamente e sem que você perceba seu pé já esta batendo no ritmo de uma gostosa balada soul (ao estilo Sade Adu, por exemplo). È quando entra o orador com voz suave prometendo fazer maravilhas em nome de Deus. Pode parecer meio artificial dessa forma, mas para alguém cuja vida está destroçada pela falta de Deus, é fácil ficar envolvido. Aí já é tarde. Antes do final da sessão de belas músicas nosso ouvinte já está disposto a doar até as calças para o orador experiente.

Mas isso não é privilégio de hoje em dia não. Se olharmos os registros dos hinários das denominações chamadas históricas (Batistas, Presbiterianos e Metodistas), é muito comum encontrarmos melodias “seculares” (de melodias de Mozart, declaradamente boêmio, até danças de saloons americanos do velho oeste, passando por cantigas de roda alemãs) com letras alteradas para um cunho “cristão”. Tudo com a intenção de atrair os “ímpios” para um “novo mundo”, uma “nova vida”, “com Cristo”. E o mais irônico e que as mesmas denominações combatem claramente os cristãos que ouvem a música chamada “do mundo”.

Já os pentecostais usam a música plagiando os ritmos mais comuns nas camadas sociais onde seus templos se encontram, e até mesmo pontos de macumba minimalistas são copiados, uma vez que, muitos desses fiéis são oriundos de uma fé espírita, e que esse minimalismo facilmente leva as pessoas à um estado alterado, uma espécie de semi-hipnose onde o fiel fica totalmente a mercê do “Pastor”, que não pensa duas vezes em colocar na cabeça do mesmo suas idéias distorcidas bem como extrair até o último centavo da vítima.

Com o passar dos anos o sistema foi se organizando e hoje temos um cenário “business cristão” que em vez de se diferenciar de outros cenários musicais, tem a mesma podridão deles. Apadrinhamento, “jabá” nas rádios, e oportunidades baseadas nas previsões comerciais do artista e não em seu valor verdadeiro. Tudo isso colabora pra uma falta de espiritualidade enorme, que junta com a falta de profissionalismo do músico cristão, torna a situação insustentável. De um lado empresários inescrupulosos que só pensam no dinheiro e patrocinam uma subcultura musical de qualidade questionável e vazia de conteúdo cristão autêntico. De Outro o “músico” que foi criado para acreditar que é o melhor do mundo quando não é. Não tem qualidade para disputar no mercado secular então finca suas esperanças nesse sub mercado, se contentando em ser “o melhor baterista da sua denominação”. Criam-se bandas de rock para “evangelizar” os que ouvem rock, mas o que acontece não é bem isso.

Trata-se de um som sem identidade cultural, um mistura totalmente heterogênea, sem uma cara definida e carregada de “evangeliquês” e que vai mais confundir aquele que não conhece a verdade do que qualquer outra coisa. Veja o trecho dessa canção:

Vá num show de rock "gospel" e verá que só tem os “crentes” lá, usando as roupas que são proibidas de usar em seus templos, dançando as danças que são proibidas nas “igrejas”, se comportando como jovens comuns, porém totalmente massacrados por seu sistema religioso hipócrita.

Essa mesma “mídia cristã” também segue tendências sem julga-las se são malignas ou não, simplesmente absorvendo tudo como uma esponja cultural, tudo para atingir seus objetivos escusos. “dá uma abaixadinha pra Jesus”, “Jesus é gostoso”, e outras pérolas são muito comuns nas reuniões da igreja Renascer em cristo, por exemplo. (cabe dizer que é importante que se analisem e aproveite o que é justo, bom e agradável a Deus, nas novas tendências culturais).

Todos sabemos que a mídia de hoje direciona a arte e a cultura para um “emburrecimento” da população. As músicas são criadas para as nádegas dos ouvintes e não para suas mentes. Teatro, Cinema, Museus e boa música, são um privilégio de poucos, e o acesso das camadas inferiores da sociedade é dificultado ao extremo. Que tudo isso é sujo, maligno e repugnante, todos nós sabemos. Mas o que é pior, é que existem pessoas fazendo tais praticas em nome de Jesus. “DEUS FOI, É, E SEMPRE SERÁ SINÔNIMO DE QUALIDADE. E nós como embaixadores de Cristo, não podemos ser diferentes. Temos que primar pela qualidade, seja ela na cultura (música, dança, pintura, escultura, etc.) como em toda nossa vida. E como artistas cristãos, em vez de nos recolhermos aos guetos religiosos hipócritas, aos templos, vamos nos expor, misturar-se como sal no alimento e deixar que nossas vidas falem mais do que as capas dos discos ou camisetas. É claro que se somos cristãos verdadeiros, isso vai se refletir de alguma forma em nossa música, pois a musica é a arte de expressar sentimentos através dos sons, mas que não seja uma bandeira ( GOSPEL, WHITEME|TAL, MUSICA CRISTÃ) que nos faça alcançar a graça de Deus mas, nossas atitudes. NÃO EXISTE MÚSICA CRISTÃ...., ARTE CRISTÃ...., PESSOAS SÃO CRISTÃS...... OU NÃO.... com a palavra a consciência de cada um. Ou o Espírito de Deus para aqueles que realmente se encontraram com Cristo e o seguiram, em vez de chafurdar na lama religiosa em que a “Igreja cristã” esta atolada hoje.

3 comentários:

  1. Oi Passamani!

    Entendo seu sentimento, pois imagino que você esperava algo melhor da igreja cristã.

    Mas eu exergo por outro lado. Eu não esperava nada diferente da igreja. Toda grande instituição religiosa acaba se afastando da sua essência e se entregando à políticas de controle, sempre foi assim com todas as religiões, porque seria diferente com o cristianismo? Não estou convidando os leitores a mudarem de opnião, só estou partilhando o meu pensamento de que desperdiçar energia se incomodando com isso é o mesmo que ficar furioso porque a chuva cai, ou o vento sopra.

    Quando percebo que espero "mais" da igreja evangélica do que das outras denominações ou quando percebo que espero "mais" das igrejas cristãs do que das outra religiões acabo por perceber que em mim isso significa um resquício da religiosidade que eu tinha.

    No mais, não acho assim algo anormal que as denominações (neo)pentecsotais usem ritmos "do povão". Afinal, os membros dessas denominações são "do povão" e é natural que gostem desse tipo de música. Certamente eles não gostariam de ouvir as boas músicas que você poderia recomendar.

    Sei que como músico, sua visão é diferente, você julga a música com outros ouvidos.

    Eu que não sou músico vejo diferente. Pessoalmente tenho o meu gosto, mas não faço avaliações de músicas pelo que elas são, mas pela forma como ela é aceita pela sociedade. Neste caso, as músicas do povão são muito boas pois agradam o povão. Tente fazer uma música que agrade o povão difente daquelas. Seria inovador.

    Acho que o centro da questão não está no estilo musical. Acho que está na alienação reliiosa, ou seja, quando o indivíduo não tem controle sobre a sua experiência religiosa e apenas imita ou obedece o seu líder.

    Isso é o inferno.

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  2. A humanidade está se acostumando a comer merda.

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