domingo, 15 de agosto de 2010



A Obesidade da mente

Domingo a tarde, friozinho capixaba ( que num é frio de verdade mas agente põe um agasalho pra não destoar da paisagem). Meu filho não quis ir no cinema, minha internet caiu e a empresa responsável não atende aos telefonemas. A patroa esta assistindo series na TV a cabo. Justo descanso de uma guerreira, jamais tiraria isso dela. Ainda que a vontade seja outra, com Calebão acordado não há chances de dança do acasalamento.
Enfim, como estou na iminência de uma cirurgia bariátrica ( dependendo apenas da boa vontade da equipe medica), resolvi elocubrar sobre obesidade. Mas não essa obesidade que me levará a uma sala de cirurgia. Sobre essa não há muito o que dizer. O mundo não é feito pra gordos e a OMS já disse que é doença. Resta apenas a sociedade acordar para respeitar o gordo e eventualmente, emagrecer. Refiro-me aqui sobre um tipo de obesidade muito perigosa porém ainda não detectada pela OMS e nem pela sociedade. A obesidade da mente.
Tenho refletido sobre o que faz com que a juventude humana venha já a algumas décadas numa decrescente criativa de fazer medo . a arte já não produz nada de relevante a tempo. E a tecnologia parece ser a menina dos olhos do mundo. Mas será que toda essa tecnologia faz bem ao ser humano? Será que os videogames em excesso, televisão e a internet com suas explosões e erupções de informação, em vez de nos empurrar pra frente não nos amarra num estado de dependência intelectual e criativa? Como imaginar se o game o PC e a internet já faz isso por nós? Se o homem chegou a Lya um dia foi por que acreditou na imaginação maluca de Julio Verne. Foi porque lendo , viajou com ele imaginou com ele, foi co-criador com ele. Alguma coisa maravilhosa acontece quando você faz uma corrida de tampas de refrigerante, ,numa pista de areia do parquinho. Alguma coisa dentro de você. E é o que transforma meras tampinhas em carros de corrida. O que transforma um bonequinho inerte num herói de ação. As falas, o enredo, a musica, esta tudo na sua imaginação. É o mundo perfeito do imaginário humano. Mas nossa preguiça intelectual deixa que empresas fetias por pessoas que tem imaginação, façam isso pro você. Já esta tudo La. No game, no filme, na net.
OS roleplaying games que eram umas das ultima esperanças de esforço criativo , foram sufocados por escândalos inventados por inquisidores religiosos, ou deram lugar aos RPGS online... onde a nóia de “evoluir” o personagem virou a única diversão. E o que dizer de Second life? Um lugar feito de dois tipos de pessoa:. Perdedores que sem capacidade imaginativa nenhuma , masturbam-se mentalmente numa vida virtual que não conseguiram ter no mundo real, e os que o exploram de alguma forma vendendo coisas virtuais (bits) pelo olho da cara. O que de alguma forma os faz também perdedores, pois vendem água no deserto. São traficantes de criatividade vendendo pra viciados desesperados. Poderiam estar criando algo muito mais significativo para o mundo do que versões digitais de calcinhas Victoria’s Secret, ou “skins” do pênis do Brad Pitt. E os viciados em consumo da criatividade alheia, em sua fome gerada por uma obesidade mental que os impede de criar, de seguir em frente, consomem.
Não descarto aqui nenhum benefício gerado pela tecnologia. Pelo contrário, sou um adepto da congregação mundial dos Terabytes, dos chips. Esse mesmo blog e a possibilidade de você poder ler isso mesmo morando em Piraporinha do Norte ou na Sibéria ou em Guaranhuns, Vila Velha é fenomenal. De fato a tecnologia é o fruto da necessidade humana. Minha critica é nessa falta de interesse pela real criatividade por parte sobretudo da juventude.um desinteresse por qualquer coisa que demande um mínimo esforço intelectual concreto. Esse sedentarismo intelectual que gera uma obesidade mental que a longo prazo tem nos levado até esse estado semi-vegetativo em que vivemos.
As causas disso? Poderia enumerar um conjunto delas:
1) uma política emburrecedora por parte de nosso lideres a fins de manter no seu cabresto eleitoral, crianças democráticas. ( sim como pais democrático ainda somos crianças) que jamais conseguirão evoluir do estado desse sedentarismo mental/político.
2) O desinteresse dos pais em gastar o mínimo tempo com seu filhos estimulando a criatividade, o senso crítico, impondo limites em alguns casos, e rompendo com todos os limites em outros. Emfim educando..
3) O próprio resultado bizzaro dessa equação politico/socio/econômica que levou a humanidade, que um dia nos deu Michelangelo , Bach e Einstein, a ouvir Restart, gastar suas horas encurvado no computador,diante das redes sociais.
Por um lado, sociólogos , antropólogos , filósofos e tantos outros acadêmicos até discutem isso quando não estão massageando um os egos dos outros por serem a elite intelectual do país, enquanto a sociedade que já reconhece a obesidade física como causa de varias doenças do corpo, ainda não se deu conta de que nossas doenças sócias podem estar associadas a uma obesidade intelectual. Acumulamos toneladas de informação sem contudo processa-las de verdade. Somos escravos “tecnólatras” do oráculo do mundo pós moderno o “Google”. Poderíamos nos questionar sobre várias outras equações sociais que explicassem esse resultado insano que é nosso atual momento. Mas como podemos ficar surpresos e indignados diante dos “rebolations”, ou dos “restarts”,quando nossa obesidade mental , nosso buraco criativo é quem dá espaço esse tipo de bizarrice.? É nossa mesma, a culpa. Em qualquer desses cenários algo só começaria a acontecer se o individuo resolver que pode mudar. Basta cada um parar de olhar o tempo como um adversário contra o qual todos perdem o jogo eventualmente, vale lembrar). Deixemos essa tecnolatria de lado, dando espaço à criatividade, ao convívio (convívio mesmo. Algo além de ficarmos comendo uns aos outros nas baladas) e a imaginação. Crie algo. Saia da estagnação. Em vez de mandar um torpedo, vá a te lá. Um dia em vezde mandar um e-mail escreva uma carta. Você se surpeenderá de como aind apode escrever algo no papel, como faziam os homens das cavernas. Você pode se surpreender. Começe e termine algo. Leia um texto até o final. Vá ate a décima pagina do Google quando fizer sua busca. Verifique as fontes do que foi dito. Questione. Pergunte. “por que”, “ quando”, “onde” pode ser a chave para um novo mundo. Troque um (pelo menos um) filme por um livro. Se deixe imaginar algo pelo menos uma vez. (por uma vez troque Fifa soccer 2010, por rum jogo de botão) Família , joguem banco imobliário, War.( versão de tabuleiro , por favor). Joguem “stop” ( “adedonha” em alguns lugares do país). Cantem junto ( pode ainda não ser tarde demais pra encontrar algo que todos de uma mesma casa consigam cantar e gostar, juntos) Amem-se, odeiem-se . Mas convivam de verdade. Na REAL LIFE. Pode não mudar o planeta mas com certeza mudará as vidas de vocês.
Ou não. Isso tudo é apenas delírio, fruto da ansiedade pré-operatória.

Fui comer algo.

Passamani

sábado, 7 de agosto de 2010

CARTA à ANAC E AO MINISTERIO PÚBLICO


encorajo os amigo as fazer como fia. enviei uma carta À ANAC, com copias so MInisterio Publico e principais jornais do país:

Bom minha reclamação é em defesa de uma Classe como a minha, a muito desfavorecida pelas companhias aéreas. O MUSICO. Trabalhamos de uma cidade pra , outra de uns pais pro outro para defender nosso ganha-pão. Não desmerecendo nenhum turista.. Mas nossas bagagens são nossa FERRAMENTA DE TRABALHO. Sendo assim gostaria que a ANAC tomasse alguma providencia no sentido de defender os interesses de nossa classe. O que acontece hoje, é que somos OBRIGADOS a assinar um termo onde declaramos que nossos instrumentos musicais estão sendo transportados em embalagens inapropriadas, os que nem sempre é verdade. Isso da margem À empresa a tratar nossas ferramentas de trabalho como querem como aconteceu no trecho GRU-VIX do vôo supracitado. Uma embalagem especifica para transporte aero (um case no caso) veio completamente destruído. Os equipamentos transportados sofreram escoriações o que deteriora seu valor de mercado e correm o risco de nesses choques pararem de funcionar. E o prejuízo? Com quem fica? Com a companhia? Não por que nos fizeram assinar um tempo de responsabilidade sobre algo que esta sobre a responsabilidade DELAS, durante o vôo, que são nossos instrumentos. Gostaria que o mesmo tratamento eficiente fosse dado quando é o caso de se cobrarem excesso de bagagem (outro aspecto em que nos profissionais da música, saímos prejudicados) Se preciso for tenho um laudo do fabricante em relação à qualidade da proteção oferecida em transportes aéreos (mas não laudos contra arremessos.. como parece ter sido o caso).
Não busco aqui nenhum tipo de ressarcimento pessoal , (ainda que fosse esse o caso pois fui prejudicado) mas busco aqui um pedido para que a ANAC tome algum tipo de providência sobre esse assunto. No afã de combater o Terrorismo mundial varias medidas foram tomadas "para nossa segurança" enquanto o terrorismo das empresas contra nossos instrumentos e bagagens corre solto, junto com a extorsão do excesso de bagagem.
Outro assunto a se tratar é política de ressarcimento em caso de extravio.
O musico sai de Vila Velha pra tocar em SP por exemplo. Tudo marcado. Imprensa notificada, ingressos vendidos, público ansioso, mobilizam-se bombeiros, policia, enfim um mundo em torno de um evento. Ai tudo é frustrado porque extraviaram uma guitarra e um amplificador!!!(cujos valores absolutos por si só já são exorbitantes). Não obstante o prejuízo de perder um negócio. (sim o que parece diversão para algumas cias aeras é trabalhos para outros profissionais) o ressarcimento é baseado no num percentual do "Peso bruto" do equipamento. O que é isso? Somos algum tipo de palhaço num circo bizarro, chefiado por uma política de desrespeito ao artista? Temos que conseguir nosso ressarcimento em processos eternos na justiça? Isso precisa mudar!!!

Espero que como eu outros músicos o façam, e que como eu , alem de escrever a vocês,encaminhem uma copia dessa carta ao ministério público e as Cias Aéreas bem como a Imprensa, no afã de ver alguma coisa mudar.

Termino aqui esse indignado mas ainda com um fio (fino, mas um fio) de esperança de ver algo mudado.

Claudio Passamani, musico, artista, indignado pela retribuição À "fidelidade" dada pelas cias aéreas brasileiras....