domingo, 4 de janeiro de 2015

Por que eu não gosto de jazz: Jazzistas.

     De primeiro momento você pode dizer.. bom sujeito não é. é ruim da cabeça ou doente de Escala Hexafônica aplicada num SuBV7 resolvendo num Im7+(9).
        E é exatamente por aí que eu começo meu argumento. nos poucos anos em que pude me debruçar
sobre a historia do Jazz foram na academia durante as aulas de história da musica com
a Dra. Mônica Vermes, onde dentre outras coisas aprendi a reconhecer as matrizes históricas, sociais
e econômicas que permitiriam que o fenômeno Jazz se desenvolvesse no cenário urbano norte-americano, ironicamente sob tempestades de críticas do status quo musical da época. a sociedade branca do alto de suas torres de marfim já elucubrando sobre a riqueza infindável da Opera Wagneriana e já sentindo o impacto da bomba schoenberguiana sobre o tonalismo recebeu com desdém essa"musica negra.. pobre de discurso musical e de harmonia" ( por algum motivo me lembrei de um Mc qualquer - sem querer santificar o funk pancadão pelo amor de Coltrane. não me subestime, leitor).
     Em suas primeiras décadas o "Jazz" ( desde o ragtime até o surgimento do swing jazz na dec de 30) era se não ignorado, criticado pelas instâncias reguladoras da santidade musical ( cuja matriz ainda era na sede européia) e me arrisco a dizer que foi um dos propulsores sociais que mantiveram a chama do jazz acesa. Com o advento do swing jazz a sociedade branquela,(sempre atrasada como podemos ver com o nosso samba tb) descobriu o prazer do molejão das orquestras de swing jazz. (ainda que ate negros eram brancos pintados no inicio..) enfim... chega de historia.. décadas se passaram e eu vi o jazz se transformar na hidra que o atacou por anos.
Uma musica riquíssima , mas cuja coluna vertebral centrou-se em  analisar, dissecar, reverenciar, e masturbar-se sobre a obra dos grandes.E sofrendo o mesmo mal dos que os criticaram outrora.. virou a arte da mimese de seus patriarcas. O vírus erudito do "erudito" , infectou discípulos desavisados de Coltrane, Davis, Parker, Tatum ,Evans e outros. e ao melhor estilo "vamos gravar DE NOVO a nona de Beethoven ou da milésima gravação dos concertos de chopin" tornou-se redundante, chata e auto indulgente. Mas as semelhanças não param por aí. Não obstante a necessidade de trancar-se em seu gueto intelectual para sobreviver,  (os que saem pra ganhar dinheiro "se vendem" leia-se Benson, Metheny Kenny G e outros) necessitam exaltar sua complexidade rítmica harmônica e timbrística em relação as músicas "inferiores" como o Rockn roll,  o Heavy Metal, e outros netos do blues, o irmão "gente boa" do jazz (que tb foi mal interpretado mas isso é assunto pra outra hora).
      E nos castelos e marfim dos ruminadores de Coltrane (ironicamente vejo poucos destes sobretudo guitarristas de "djéz" tocando giant steps no beat proposto pelo mestre nem com um decimo de sua fluência melódica) sentando o pau em  Dream theater, Richie Kotzen, Greg Howe, Govan. ( cabe aqui um "à seguir cenas" sobre como o Progmetal ja foi infectado com a mesma doença. falaremos disso um dia)músicos de outros estilos mais modernos cuja matriz bebeu ENTRE OUTRAS COISAS, no jazz.
     Na loucura de um narcisismo de uma imagem que não é sua, o "Jazzista" ( as aspas são um remédio anti-generalismo. "Não me subestime, leitor. II")
vira uma piada pronta. um "homem-do-saco" que pode até assustar muitos jovens a ponto de faze-los cortar o cabelo,vender sua guita de micro afinação e obriga-lo masturbar-se ouvindo Joe PAss. Mas com o tempo quem DE FATO se interessa por musica e não em um jeito de lamber o proprio saco,  acaba entendendo que o Jazz é só mais um...  e não menos lega por  isso.. e que ahistoria siga.. que venha o Fusion, o  Death Metal.. por sua origem que ele inteligentemente esconde, e pela falacia dos argumentos de seus seguidores que mais parecem com edir macedo do que com Jesus Cristo.

Amo o jazz.. mas abomino os "Jazzistas". Que venham novos tempos como Pazner Ballet. onde a estetica é filha da musica e não mãe dela.


desculpe se eu te machuquei por dentro. é que eu sou muito cabeça dura.