quarta-feira, 6 de julho de 2016

SERIE  ARQUÉTIPOS DA GUITARRA - PARTE I

( O VÉIO DAS CORDAS)



     Bom. a ideía é brincar de Carl Jung e definir alguns arquétipos de músicos e/ou usuários (isso foi preciso) desse icônico, polêmico e jovem ( sim vovôs do blues, jovem) instrumento musical chamado guitarra elétrica.
    Eu poderia começar com o arquétipo onde eu mesmo me enquadro , por pura escolha filosófica, visando principalmente acusações argumentativas de alguém com suposto telhado de vidro, ou de alguém que não seja consciente de sua própria condição nesse tipo de análise. Contudo não o farei, porque dada a ignorância  e limitação de compreensão textual  e do conceito de macro-ideias ou argumentos despidos de juízo de valor , (uma espécie de epidemia em terras virtuais nos dias de hoje),  não fará diferença a ordem dos fatores nessa jornada.
     Poderia também considerar o primeiro texto desse blog  chamado " o guitarrista de youtube" como o capitulo 1 dessa saga, porém as mudanças no paradigma social desse microcosmo que é a guitarra virtual demandam uma reescrita , parte redentora, parte ainda mais condenatória desse arquétipo.
     Após esse pequeno prólogo, seguimos ao tópico: o "véio das cordas".
     O Véio das cordas não é necessariamente "velho" ( coroa, tiozão, old school , vintage ou qualquer pecha auto indulgente que exista) mas ganha um bônus se tem quase 50 anos de idade tocando um instrumento que não chegou a 100 anos de idade ainda, mas já sofreu mais transformações do que qualquer outro. Contudo  o pecado do véio das cordas é a limitação, seja intelecutal, filosófica e em última instância, musical. Faz parte de uma geração acostumada a acumular conhecimento. não precisa da nuvem.  Porém não está antenado e pior, não se importa com isso.  Parte disso se banca pelo fato de ser entusiasta de um dos períodos mais férteis e obviamente iniciais da música para guitarra, que foram as década subsequentes ao nascimento do instrumento ( os anos  60 e 70).  Contudo no Brasil principalmente e inversamente gradativo a proximidade do lar desse "pau de cordas mágico", a dificuldade de acesso a informação (o que torna os dias atuais para ele mais amargos),  a dificuldade de acesso a  um instrumento no mínimo decente, foram ou frustrando ou acomodando esse nosso arquétipo (dependendo do bolso, incentivo e colhões) isso gerou uma amargura que ao mesmo tempo incomoda e acomoda. Permitam-me explicar.
        Incomoda porque nosso guerreiro vintage é sempre amargo e averso a novidades, tem alergia aos anos 80 como se nada dessa década tivesse de fato contribuído com o instrumento. Generalizador, bota no mesmo saco toda auto indulgência barata da virtuose oitentista com verdadeiros artistas da década, que elevaram o nível técnico e línguistico do senão proporcionalmente a hendrix, pelo menos num nível impossível de serem contestados.
   Adora comunidades de guitarra cheia de guris, onde reina por ter um olho em terra de cegos.  Quando contrariado, ironia, sarcasmo e uma segurança em seus argumentos faz com que nosso "vovô"  pareca ter encerrado o assunto.  Se o contra-argumento é coeso e desconstroi o mito do véio da guita, a ironia evolui pra  ofensa e toda aquela amargura dinossaurica é despejada num turbilhão de ofensas disfarçadas de pensamento.
Não pode ser questionado em sua musicalidade pois seus valores "musicais" são calçados no subjetivismo, o que impede ( na opinião dele ) que ele seja posto à prova. No máximo é um especialista mediano em algum gênero ou sub-gênero da década de 60 ou 70. mas quase sempre não toca mesmo bosta nenhuma e fala demais.
   A melhor maneira de interagir com ele é fingir que ele é "foda", nunca contrariar e esperar um pouco.  ele não tem longevidade mesmo. logo troca a guitarra por um bocado de pedra de damas na praça do bairro eu pelo poker stars.
até a próxima gente malvada e guitarrista!!!